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  • Foto do escritorJoão Meirelles

Thiago de Mello, o mestre eterno


Foto: Fernanda Martins, Salvador, 2011.


Thiago de Mello, esta é pra ti! Em 2011 escrevemos juntos este manifesto, Frans Krajcberg, tu e este aprendiz que te homenageia: Manifesto pelo Ano Internacional da Amazônia #amazonia #meioambiente #krajcberg#thiagodemello

Campanha Grito de Esperança pela Amazônia, uma Carta aberta à ONU pela criação do Ano Internacional da Amazônia

A nossa campanha se inaugura com esta carta em que solicitamos à Organização das Nações Unidas que declare o Ano Internacional da Amazônia. Trata-se de um gesto de amor. A nossa iniciativa atende à necessidade do urgentíssimo respeito que a Amazônia clama, diante das ameaças cada dia mais graves a seus povos, suas florestas e suas águas. A Amazônia é a casa de mais de trinta e cinco milhões de pessoas, em seus verdes nove países da América do Sul – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, França (Guiana Francesa), Guiana, Peru, Suriname e Venezuela ­­–, abrigando mais de quatrocentos povos originais, cada qual com a sua cultura e conhecimentos associados à biodiversidade. Nos últimos cinquenta anos, aumentou substancialmente a pressão sobre os povos tradicionais e perdemos um milhão de quilômetros quadrados dos sete milhões de quilômetros quadrados de floresta amazônica (a área desmatada equivale a toda Região Sudeste do Brasil). Quatro quintos do desmatamento e das queimadas resultam do forte crescimento do consumo de carne bovina, o que significou, apenas na Amazônia Brasileira, aumentar o rebanho de dois milhões a cem milhões de cabeças. A Ciência afirma faz tempo que a Amazônia desempenha importante papel no equilíbrio climático global e, contudo, poderá entrar em colapso se persistir o processo de exploração desenfreada de seus recursos. Em menos de cinco por cento da área terrestre, esta nossa última grande floresta tropical do planeta, protege mais de um quarto das águas doces superficiais e vinte e cinco por cento da biodiversidade. São mais de um trilhão de árvores que pedem proteção e inumeráveis plantas e animais, muitas ainda desconhecidas, porventura de virtudes preciosas. Se a Amazônia é reconhecida pela sua relevância ambiental e o potencial econômico de seus recursos naturais, poucos consideram sua diversidade cultural, populações tradicionais e as enormes e crescentes desigualdades sociais. Estas desigualdades resultam em conflitos culturais, conflitos fundiários, marginalização econômica, desigualdade no acesso a serviços e, principalmente, o que dificulta populações tradicionais amazônicas de tomar decisões sobre suas próprias vidas. Se a concentração do poder e da riqueza nos nove países amazônicos está entre as maiores do mundo, na Amazônia esta relação é ainda mais injusta e evidente. O isolamento e a falta de segurança territorial da maioria dos mais de seis milhões de índios, quilombolas e caboclos, e da população rural pobre, aumenta esse desequilíbrio. Não precisamos justificar a proteção da Amazônia: Só a sua valiosa existência já exige extremo cuidado com a sua vida, importante para as presentes e futuras gerações! (Falamos em nome das crianças que ainda vão nascer.) A sua beleza e a sua cultura, resultante de cem séculos de convívio do Homem com a Floresta, são valores que exigem cuidado e a sua conservação. Esse manifesto tem raiz antiga: a dolorosa experiência e a indignação moral pela destruição de milhões de indígenas e a maior parte dos biomas brasileiros, entre os quais destaca-se a eliminação de mais de noventa e três da Mata Atlântica (que já recobriu um milhão e meio de quilômetros quadrados do Brasil). Não podemos aceitar que a floresta amazônica e seus povos tenham o mesmo destino. É preciso dar fim, em nome da vida e da própria grandeza da condição humana, ao perverso desmatamento, às queimadas e à poluição indiscriminada das águas. Como cidadãos do planeta, sentimo-nos extremamente perplexos com o fato de que a declaração da Onu de dois mil e onze como o Ano Internacional das Florestas, haja mobilizado tão poucos brasileiros. Por isso que nos reunimos como signatários desta Campanha, que é também um brado pela conscientização, e para que a ONU estabeleça o Ano Internacional da Amazônia. É preciso que cada ser humano, reflita sobre o impacto de nossas ações, fruto da ambição e da cobiça, sobre a Amazônia. Indivíduos, organizações e países, consideremos a relevância da responsabilidade nossa, de legarmos às futuras gerações uma Amazônia melhor, mais justa, mais bela e mais querida do que aquela que recebemos. O Grito de Esperança pela Amazônia é um chamado mundial. Vamos dar a nossa voz e gritar pela Esperança. Participe desta campanha e assine a lista abaixo. 5 de novembro de 2011, Frans Krajcberg, Thiago de Mello, João Meirelles e outros

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